sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A decisão dos açorianos

(Artigo Tribuna das Ilhas - 19/10/2012)


Os Açores irão ter um novo Presidente do Governo. Os açorianos deram, nas eleições legislativas do passado dia 14, uma nova, e reforçada, maioria ao PS-Açores. Numa lição de humildade democrática Carlos César não se recandidatou, apesar de o poder fazer, a um novo mandato. Muito se falou e escreveu sobre a forma como Vasco Cordeiro veio a encabeçar este projeto. No entanto, esta vitória demonstrou aos mais críticos que o PS-Açores está mais unido que nunca. Todos trabalharam e dedicaram-se 100% a este projeto, porque acreditam nele. Foi efetivamente uma vitória esmagadora! O PS-Açores consegue não só ter uma maioria absoluta, como eleger mais um deputado que na legislatura anterior, acabando apenas por não ser o partido mais votado na ilha Graciosa.
No Faial a vitória do projeto do PS foi igualmente clara e incontestável, tendo vencido em 11 das suas 13 freguesias. Este é um projeto renovado, que aposta em gente jovem, por oposição a outros que apresentam exatamente os mesmos nos lugares elegíveis. Um projeto que pretende ganhar o futuro e não centrado no bota-abaixo.
Na maioria das ilhas, a vitória do PS-Açores é redundante. Em S. Miguel, ilha da líder do partido da oposição, a diferença entre os dois partidos é de 18%. Nem em Ponta Delgada, concelho do qual Berta Cabral foi presidente de Câmara na última década, esta foi capaz de vencer, tendo aliás perdido por mais de 13%. Estes números são bem demonstrativos que a mensagem que o PSD-Açores tentou passar aos açorianos, não convenceu.
Este resultado foi também um claro cartão vermelho passado pelos açorianos ao Governo da República e às suas políticas de austeridade. Mas é de realçar que apesar desse ter sido um fator importante nestes resultados eleitorais, não foi o mais decisivo. E creio que quem pensa o contrário, quer certamente esconder o essencial ou comete um grave erro de análise. Os açorianos compreenderam a diferença que a governação socialista trouxe à nossa Região, quando comparada com o Continente e a Madeira. Apesar das dificuldades que por cá também existem, graças à governação socialista é possível nos Açores ter impostos mais baixos, combustíveis mais baixos e apoios direcionados para as empresas, como o SIDER ou o Empreendejovem, e para as famílias, como o complemento açoriano do abono de família ou o complemento regional de pensão.
Os Açorianos quiseram continuar a ter à frente dos destinos da Região um partido que sempre demonstrou que coloca os Açores em primeiro lugar, um partido em que todos estão unidos e remam para o mesmo lado. Foi um voto de confiança num partido, que apesar de estar no poder há 16 anos, consegue renovar-se e apresentar novas pessoas, novas ideias e propostas concretas a estas eleições. Um partido sólido que manteve sempre o seu rumo, a sua coerência e nunca desesperou, prometendo tudo a todos e dando o dito por não dito. Foi um voto de confiança num partido que os açorianos sabem ser de confiança, no qual os aspetos positivos são muito superiores aos menos positivos, que, obviamente, também existem.
Abre-se agora um novo ciclo político, difícil com toda a certeza, mas cheio de novos desafios que, sei-o, Vasco Cordeiro enfrentará sempre de frente e cabeça erguida, defendendo os interesses de todos nós. Creio que os tempos que se avizinham devem ser de união, de partidos, parceiros sociais, de todos os açorianos, a fim de todos juntos podermos enfrentar a difícil e árdua tarefa que nos espera. Como disse Vasco Cordeiro “Tenho a consciência que esta votação significa uma responsabilidade acrescida. O PS não é dono da verdade. Aqui fica a disponibilidade – mais do que a disponibilidade, o interesse – em convocar todos os que tiveram essa disponibilidade para um trabalho conjunto a bem dos Açores e dos Açorianos”.


Horta, 15 de Outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A cantiga do esvaziamento


Artigo Tribuna das Ilhas (05/10/2012)

Aproximam-se as eleições regionais. Os Açorianos são chamados mais uma vez a exercer o seu direito de voto a fim de ser eleita a nova Assembleia Legislativa. Numa altura como a que vivemos é extremamente  fácil as pessoas estarem desanimadas, o que leva a um inevitável afastamento da política e dos políticos. No entanto, apesar de podermos criticar o sistema em que vivemos, e com toda a certeza não é perfeito, o direito ao voto é a forma que os cidadãos têm de expressarem a sua opinião. Votar é um direito cívico e penso que todos o deveríamos exercer. Ficar em casa não é solução para quem pretende fazer algo que possa contribuir para melhorar a sociedade em que está integrado. Todos nós, que vivemos em sociedade, contribuímos de alguma forma para a enriquecermos. Seja pelo trabalho voluntário que desempenhamos nas nossas freguesias, nos clubes desportivos e associações a que pertencemos, seja  pela profissão que exercemos, pois qualquer uma é relevante para o bem-estar social.
A política deve incidir sobre as pessoas. Por acreditar nisso, a candidatura do PS-Faial a estas eleições legislativas, reuniu com todas as instituições da ilha, filarmónicas, clubes desportivos, associações, empresários, e está empenhada em estar junto da população faialense, tendo iniciado, há já bastante tempo, uma campanha porta-a-porta, a fim de ouvirmos as pessoas e percebermos os seus verdadeiros problemas.
No entanto, continuamos a ouvir a cantiga de que o Faial está votado ao esvaziamento. Esta cantiga toca em todo o lado, quando se ouve a oposição falar sobre a nossa ilha. Obviamente há sempre mais e melhor a fazer. E também por isso dizemos presente nesta luta, de fazermos sempre o melhor pela nossa terra. Mas não nos deixamos enganar pelo argumento do esvaziamento.
Quando dizem isso parece quererem ignorar o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos ou o Parque Natural do Faial, ambos merecedores de prémios de excelência a nível europeu. Na área do ambiente, o investimento tem sido extensíssimo, desde o Trilho dos Dez Vulcões, à expansão do Jardim Botânico, à revitalização da memória da família Dabney. A estas juntam-se agora o Aquário Virtual e o Centro de Processamento de Resíduos.
Parece que querem esquecer obras determinantes para as nossas populações, ademais com investimentos avultadíssimos, como o novo Porto da Horta ou o Bloco C do Hospital. Parece que querem afastar da ideia dos faialenses a primeira fase da variante à cidade da Horta, a asfaltagem do ramal da Fajã, que está em execução, ou ainda a Casa Manuel de Arriaga, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional, e o apoio à reconstrução das igrejas, destruídas pelo sismo de 1998.
Parece que querem olvidar o fato do Governo Regional dos Açores ser um Governo focado nas questões sociais, tendo sido construído na nossa ilha um centro de dia e noite na freguesia dos Flamengos, um centro de dia na freguesia da Conceição e estando em fase de construção uma nova creche nos Flamengos, valências que vieram colmatar falhas que existiam anteriormente. Esquecem-se da nova escola Secundária Manuel de Arriaga, com condições de excelência para os alunos faialenses, as novas e modernas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas e a grande ampliação que está a decorrer, da Escola Básica Integrada José Ávila.
Estes são apenas exemplos de que o Faial não sofre de nenhum tipo de esvaziamento. Dirão que muito falta fazer. Com toda a certeza, pois a nossa ambição é infinita. Mas para lutar por essas obras, para lutar por um papel cada vez mais determinante do Faial, no todo regional, esta equipa, renovada e com uma nova ambição, dá o seu melhor no terreno, todos os dias.