segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O novo Porto da Horta

(Artigo Tribuna das Ilhas - 23/09/2011)


A frente marítima da nossa cidade está a mudar. A obra do Porto vai alterar não só a face da cidade da Horta, mas também dotá-la de uma importantíssima infra-estrutura. Estamos perante uma grande obra, apesar de alguns diligenciarem, das mais diversas formas, no sentido da sua desvalorização, na qual serão investidos 32 milhões de euros, apenas na primeira fase, o que representa um dos maiores investimentos realizados em áreas portuárias na Região.
Com as ligações marítimas de passageiros entre todas as ilhas dos Açores por navios ferries e o constante aumento das escalas de navios de cruzeiro, revelou-se da mais extrema importância melhorar as condições de operacionalidade e de ordenamento do actual Porto da Horta.
Aquando da última campanha eleitoral para as Legislativas Nacionais, tive a oportunidade de reunir com o Conselho de Administração da APTO, S.A., a fim de tomar conhecimento dos factos sobre esta obra. Porque muito se fala por aí, mas o importante é termos acesso aos factos. Fui esclarecida sobre os meandros da obra e tentarei passar ao leitor a informação que me foi disponibilizada.
Fiquei a saber que a obra em execução compreende um molhe-cais, com cerca de 400 m de comprimento, dispondo de um cais acostável, no lado interior, com um comprimento útil de 265 m, destinado às operações dos ferries inter-ilhas e também de alguns navios de cruzeiros.
O novo porto terá uma ponte-cais acostável pelos dois lados, com um comprimento util de 80 mts e 10 mts de largura, para servir as embarcações de passageiros do Triângulo.
Foi construído um terrapleno, onde serão implantadas as instalações terrestres de apoio ao terminal, nomeadamente, gare de passageiros, que  incluirá instalações para os diversos serviços oficiais envolvidos nas operações portuárias, parques de estacionamento automóvel, depósito de água para alimentação aos navios e depósitos de combustíveis. A infra-estrutura disporá ainda de redes técnicas de abastecimento aos navios de água, energia eléctrica, telecomunicações e combustíveis.
Entretanto, foi lançada e adjudicada, uma nova empreitada de “Rebaixamento da Cota de Fundação do Molhe-Cais da Bacia Norte e Aumento da Cota de Coroamento do Terminal de Passageiros do Porto da Horta”, o que permite que esta atinja os – 8,00 m.
O valor de adjudicação desta empreitada é de 2 milhões de euros, com um prazo de execução de 12 meses. Os trabalhos de execução da mesma decorrem em simultâneo com os trabalhos normais da empreitada em curso, pelo que esta não implicará prolongamento do prazo final.
Com esta nova empreitada pretende-se adequar esta importante infra-estrutura, não só à operação dos navios ferries previstos para o transporte futuro de passageiros na Região, mas também permitir a operação de navios de cruzeiro de turismo que escalam os portos do arquipélago. Pretende ainda responder às preocupações emergentes da Conferência de Copenhaga, incluída no âmbito da Convenção-Quadro das Alterações Climáticas da ONU, relativamente à subida do nível médio dos oceanos em resultado do aquecimento global do planeta.
Posteriormente, foi ainda lançada e adjudicada uma terceira Empreitada de Construção de Três Rampas Ro-ro no Terminal de Passageiros do Porto da Horta, pelo valor de 2 milhões de euros, cujo prazo de execução é de 12 meses, contados desde 07/02/2011.
Assim, no final do 1.º semestre de 2012, ficará concluída a 1.ª fase da empreitada de “Requalificação e Ordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta”, ficando as infra-estruturas portuárias terminadas.
Para uma 2.ª fase fica a reabilitação da frente marítima da Cidade da Horta, que irá incluir, entre outros, a criação de um parqueamento em terra para embarcações, a intervenção no largo Manuel de Arriaga, a construção de infra-estruturas de apoio às actividades marítimo-turísticas, a ampliação da Marina e a construção de pontões para mega iates, o que somará um investimento na nossa ilha superior a 55 milhões de euros. O investimento nas acessibilidades marítimas é essencial para o desenvolvimento das nossas ilhas, e assume particular acuidade nas ilhas do Triângulo, cujo movimento anual de passageiros ascende, apenas no canal Faial-Pico, aproximadamente, a 400.000.
É indesmentível que a melhoria das acessibilidades levará a que mais pessoas se desloquem de ilha para ilha, ficando a ilha do Faial com melhores condições para receber os que nos visitam e servir os que cá vivem, trazendo uma importante dinamização à economia local e regional, que bem precisamos. É de frisar que as condições dos transportes ficarão muito mais dignas que as actuais.
Perante os factos, torna-se igualmente indesmentível, que o investimento realizado e a realizar na obra do Porto da Horta é vital para o desenvolvimento da nossa terra. Vem igualmente trazer uma nova dimensão  à "Horta Cidade Mar".  Os faialenses, e os açorianos em geral, ficarão melhor servidos. Como faialense estou satisfeita por este investimento estar a ser realizado na nossa ilha. Não compactuo com bota-abaixismos e tentativas de  desconsideração do trabalho difícil que é realizado, em condições económica e financeiramente tão adversas como as que experienciamos.



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