terça-feira, 12 de junho de 2012

O Dia dos Açores




O Dia dos Açores foi instituído pelo Parlamento Açoriano em 1980, destinado a comemorar a açorianidade e a autonomia. Não foi por acaso que se resolveu celebrar o Dia dos Açores na Segunda-Feira do Espírito Santo, a principal festividade do povo Açoriano.
O Espírito Santo é a maior celebração religiosa e cívica dos Açores. As tradições dos festejos do Espírito Santo, espalham-se por todas as ilhas, mas assumem particular importância nas ilhas do Triângulo. Os Impérios celebram o culto ao Espírito Santo, a fé das pessoas na terceira pessoa da Santíssima Trindade é evidente. O sentido de comunidade que se vivencia por estes dias nas diferentes freguesias é manifesto. Todos contribuem da forma que podem. Distribui-se pão pelas pessoas da freguesia e realizam-se as tradicionais sopas de Espírito Santo, que são abundantemente participadas.
A Constituição da República Portuguesa de 1976 veio consagrar a autonomia, assente nas históricas aspirações autonomistas das populações insulares.
É indiscutível a mais valia que a autonomia trouxe para as populações açorianas e também para o País. Ninguém pode negar que hoje os Açores são um muito melhor sítio para se viver do que quando se instituiu a Autonomia.
Recentemente os Açores deixaram de ser uma das regiões mais pobres da União Europeia e ultrapassaram, pela primeira vez, os 75% do PIB per capita europeu. A nível nacional passámos à frente da Região Norte, Centro e Alentejo, não só no PIB per capita como no índice do rendimento disponível bruto das famílias. Nos últimos 15 anos a convergência com os níveis médios de riqueza na União Europeia foi superior nos Açores do que no País.
Nos Açores, em todas as ilhas, a assistência e proteção social assume hoje uma importância fundamental, com equipamentos sociais como lares de idosos e creches, muitos deles de excelente qualidade, como o Centro de Dia da Freguesia da Conceição e o Centro de Dia e de Noite da freguesia dos Flamengos ou o recém inaugurado Centro de Idosos no Concelho da Calheta na ilha de S. Jorge, só para referir alguns exemplos dos mais recentes e mais próximos.
Na nossa ilha foram muito recentemente lançadas as primeiras pedras de duas grandes obras que assumirão extrema importância no apoio às famílias, designadamente a nova creche que será construída na freguesia dos Flamengos, obra há muito almejada pelas populações faialenses, e ainda a obra de reparação da Escola Básica Integrada da Horta, que se traduz num investimento de 7,2 milhões de euros.
Existem medidas consagradas pelo Governo Regional que em muito apoiam as famílias açorianas, tais como, o complemento regional de pensão, o complemento regional ao abono de família ou a atribuição de um apoio na compra de medicamentos aos nossos idosos (Compamid). Hoje em dia são apoiados vinte vezes mais açorianos portadores de deficiência, através de equipamentos próprios, do que acontecia há 20 anos.
Felizmente nos Açores há margem para se apoiar as famílias e as empresas, duma forma que não é possível no restante território nacional. E isso é fruto de podermos gerir os nossos próprios recursos da melhor forma possível. Isso é um dos frutos da Autonomia!
Ser-se açoriano sente-se na alma. A açorianidade vai para além do nosso território insular. Na diáspora este sentimento está tão vivo como aqui, as tradições, tais como as do Espírito Santo, continuam vivas, em todos os sítios onde existem gentes açorianas.
Mas a autonomia não é um processo acabado. A autonomia constrói-se no dia-a-dia. Podemos sempre fazer mais e melhor pela nossa terra. E cada um de nós tem uma palavra a dizer sobre isso. O ser-se açoriano, a autonomia, está em cada um de nós. Sentimo-la no orgulho que temos da nossa terra. Termino com palavras, não minhas, mas que resumem bem este sentimento: "Que bom é ser-se açoriano!"





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Horta, 28 de maio de 2012

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